Imagem de Hugo Macedo
A tribo amazônica Awá-Guajá, uma das poucas que restam no Brasil, pode desaparecer por causa do desmatamento e da chegada de colonos à floresta.
Segundo o relatório ao qual teve acesso a ONG Survival International, que defende a preservação dos índios, a região de selva habitada por essa tribo é o território indígena que mais desmatamento sofreu em 2009, último ano do qual se tem registro.
A região habitada pela tribo sofreu com a chegada de colonos e madeireiros que praticam a poda ilegal sem que a intervenção das autoridades, que conhecem o problema, revela a ONG.
A tribo habita três dos cinco territórios mais afetados pelo desmatamento e a Survival calcula que 31% de sua superfície tenha sido desmatada.
Cerca de 360 membros da tribo Awá-Guajá tiveram contato com a civilização, mas existem entre 60 e 100 indígenas que permanecem isolados e que poderiam perder seu último refúgio na selva devido à ação dos colonos.
A ONG entrou em contato com Pire'i Ma'a, um membro dessa tribo que disse estar "indignado" com os madeireiros, já que a queima de árvores gerou uma situação de escassez de alimentos.
"Não há animais para caçar e meus filhos têm fome", declarou o indígena que, da mesma forma que outros membros da tribo, tem dificuldades para se manter.
Outro problema derivado da relação entre os Awá-Guajá e os colonos é a pouca resistência dos índios a doenças comuns à civilização, por isso que os efeitos dessa convivência podem ser "devastadores".
Na Floresta Amazônica existem apenas duas tribos indígenas nômades que ainda mantêm as antigas tradições da caça e da coleta, incluindo a Awá-Guajá.
Segundo a ONG, os colonos e madeireiros estão "massacrando" a tribo, que é "vítima de um genocídio", e "desaparecerá se as autoridades não tomarem medidas urgentes".
"Uma tragédia está se desenvolvendo diante dos nossos olhos devido ao completo fracasso das autoridades brasileiras", declarou Stephen Corry, diretor da Survival International.
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